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Fim do Parcelamento Sem Juros no Cartão Impactos na Sua Vida

O Embate Entre Bancos e Governo

É com preocupação que observo as possíveis mudanças no cenário dos parcelamentos sem juros no cartão de crédito, as quais podem afetar diretamente a classe C e os micro e pequenos empreendedores. A quantia exorbitante de um trilhão de reais representa o valor total das parcelas em cartões de crédito que não são quitadas anualmente.

Este montante serviu como pano de fundo para discussões entre bancos e o governo, a fim de definir como lidar com essa situação que tem impacto direto nas finanças cotidianas das pessoas.

O Fim dos Parcelamentos Sem Juros e suas Implicações

Antes de explorar as implicações dessas possíveis mudanças, é essencial compreender o funcionamento do cartão de crédito. Cada cartão possui um limite de crédito definido, que determina o valor que pode ser gasto, seja à vista ou parcelado.

Quando uma compra é realizada, o valor gasto é deduzido desse limite. Por exemplo, se o limite é de R$ 1.000 e uma compra de R$ 300 é efetuada, o limite disponível passa a ser de R$ 700.

Mesmo quando uma compra é parcelada, o valor total é descontado imediatamente do limite, independente do número de parcelas. Isso significa que, mesmo parcelando uma compra de R$ 300 em 10 vezes sem juros, o limite continuará comprometido pelos R$ 300 no primeiro mês, diminuindo gradativamente a cada pagamento mensal da parcela.

O problema surge quando o valor total da fatura não é pago. O montante em aberto, por exemplo, R$ 200 em uma fatura de R$ 1.000 onde foi pago apenas R$ 800, é acrescido de juros e incorporado à fatura do mês seguinte.

Isso cria uma bola de neve financeira, uma vez que os juros sobre o valor devido aumentam rapidamente. Atualmente, os juros do rotativo do cartão podem atingir incríveis 437% ao ano, uma das taxas mais altas do mundo.

As Possíveis Mudanças e Suas Consequências

Diante desse cenário, surgiu a proposta de eliminar os parcelamentos sem juros no cartão de crédito como forma de controlar a inadimplência, que corresponde a 40% das compras realizadas no cartão.

Essa decisão pode ter sérias implicações para a classe C, que utiliza amplamente o cartão de crédito para suprir suas necessidades básicas e manter o equilíbrio financeiro até o recebimento de seus salários.

Além disso, setores como supermercados, farmácias e pequenos negócios locais também sentirão os impactos. Muitas pessoas que não possuem recursos suficientes para comprar à vista dependem dos parcelamentos sem juros para adquirir itens essenciais.

A falta dessa opção pode resultar em um declínio no consumo desses produtos, prejudicando diretamente esses estabelecimentos comerciais.

Empresas de viagens e passagens aéreas também serão afetadas, já que 46% dos passageiros que utilizam esse serviço ganham até três salários mínimos e dependem dos parcelamentos sem juros para viajar. Portanto, as mudanças propostas terão um impacto amplo e significativo em diversos setores da economia.

Tem jeito?

Embora seja necessário encontrar soluções para conter a inadimplência e melhorar o sistema financeiro, a eliminação dos parcelamentos sem juros no cartão de crédito pode não ser a abordagem mais adequada. É importante considerar alternativas que não prejudiquem os consumidores de menor renda e os pequenos negócios, que desempenham um papel crucial na economia do país.

Aguardaremos as decisões a serem tomadas nos próximos 90 dias em relação aos juros do rotativo do cartão e ao futuro dos parcelamentos sem juros. Enquanto isso, é fundamental que todos busquem aprimorar sua educação financeira e encontrar maneiras de gerenciar melhor suas finanças pessoais, a fim de evitar futuros problemas decorrentes dessas mudanças. Afinal, cuidar do nosso dinheiro é responsabilidade de cada um de nós.

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